Museu imaginário
André Malraux(1901-1976), escritor francês, descortinou para o mundo o que habita em cada um de nós: um lugar mental onde guardamos nossas impressões estéticas. Passamos com isso a ter a percepção de sermos construtores, artistas, nossa obra é nossa evolução no conhecimento, na leitura do mundo na percepção estética que nos faz crescer cada dia como pessoas inseridas num mundo globalizado.
Esse museu imaginário está muito presente em cada um de nós, são nossas impressões nossas memórias. Elas não tem fronteiras são universais, são lembrança, leituras convívio, fotos, cheiros e gostos que nos remetem a experiências vividas, ao presente e ao futuro que planejamos. Eu sou Neila Terezinha Allende dos Santos, professora das séries iniciais na Escola do Campo.
Em minhas lembranças o primeiro contato que tive com a com a leitura, com a idade de quatro, cinco anos de idade foi através de dois livros grossos que meu pai tinha ainda de quando foi alfabetizado, o nome desses livros era Seleta . Nesses livros havia lendas, fábulas, poesias, contos. Lembro que ele reunia os filhos na mesa grande da cozinha lia a Seleta e os livros de Monteiro Lobato enquanto minha mãe e minha vó terminavam de preparar o jantar. Minha avó também era ouvinte e apreciadora das leituras feitas por papai. Esse era um momento mágico, muito esperado, e todos opinavam que leitura queríamos ouvir no outro dia, a televisão ainda não tinha entrado lá em casa, estávamos nos anos 60.
O cinema entrou na minha vida de criança e adolescente como uma grande paixão. Um dos programas favoritos quando criança era ir ao matiné , depois ir ao cinema com o namoradinho na adolescência, o cinema como a leitura penetrando em nosso imaginário alargando nosso o conhecimento sobre vivências, cultura, costumes, povos.
No começo dos anos 80 comecei a descobrir o cinema nacional, era chegado o momento de amadurecer conceitos, de novos paradigmas , a observar meu país, sua riqueza cultural , seu povo.
A tomada de consciência de ser latino americana foi com a leitura do livro “ veias Abertas da américa Latina” de Eduardo Galeano , depois vieram livros de Darcy Ribeiro Graciliano Ramos, Gilberto Freire que me ajudaram muito na descoberta de minha identidade brasileira e latina.
Lugares
Um dos meus programas favoritos é visitar a Feira do Livro em Porto Alegre no início do mês de novembro , tudo é mágico, o colorido dos Ipês da praça as estandes com livros de todos os temas possíveis.


O entusiasmo e o burburinho das pessoas, a informação dos livreiros, os shows na praça a entrevista da tarde com autores consagrados ou não, o show do anônimo me fascinam e são doces lembranças.
Regularmente vou a Porto Alegre e tendo tempo, não deixo de ir a Casa Mario Quintana aos espaços de Som Elis Regina aos cafés e Teatro.
Em cada espaço deste lugar, marco um reencontro comigo mesma, e quem vem ao meu encontro sou eu mesma, aos 12, 20, 40, 50 anos dizendo: Olá ! Estávamos esperando.
Santander Cultural várias exposições de artistas, diferentes formas de ver e de me relacionar com a arte.


Mulheres das Artes que tiveram grande influência na minha formação.
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Marina Colasanti |
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Cora Coralina |
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Frida Kahlo |
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Raquel de Queiroz |
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Isabel Allende |
Minha Memória musical guarda cantigas de ninar cantadas por minha mãe e minha avó, cantigas de roda das brincadeiras na escola e com amigas. Adolescência época de dance days, Aba, Bee Gees, logo a descoberta da MPB, e sem preconceitos a todos os estilos da música brasileira, tradicionalista, sertaneja de raiz, Regional....Todos os ritmos falam que “Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza...”
Cidades de minha memória e andanças




Rio de Janeiro




Brasília




Em todos os lugares um pouco de mim, o que levei e o que busquei. As minhas impressões estéticas estão plasmadas na pessoa que eu sou. São memória viva das minhas vivências, lugar onde posso ir quando tiver vontade.
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